sábado, 16 de março de 2013

OS MILAGRES DO PROFETA ELISEU


                                                                                   



Como definir milagres? Milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física. Podem ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de viveres, na intervenção de elementos da natureza e até na ressurreição de mortos.

O ministério profético de Elias aconteceu com muitos milagres impressionantes. E seria humanamente impossível que o número fosse superado, no entanto foi exatamente isso o que aconteceu.

Instantes antes do profeta Elias ser arrebatado ao céu a bordo de uma carruagem num redemoinho, seu companheiro Eliseu pediu a porção dobrada do seu espírito (2 Reis 2.9). Debaixo da inspiração de Deus, Elias respondeu positivamente ao pedido, mas colocando uma condicional. Era preciso que Eliseu estivesse presente no momento de sua partida, e assim ocorreu.

Deus confirmou o ministério de Eliseu com a manifestação de poder e o dobro de milagres sucedidos no ministério de Elias. O sobrenatural de Deus veio a acontecer duas vezes mais do que os realizados por Elias para comprovar que sua solicitação foi atendida.










1 - A divisão das águas do Jordão (2 Reis 2.14);
2 - A transformação da água insalubre em potável em Jericó (2 Reis 2.21);
3 - A maldição sobre jovens zombadores (2 Reis 2.24);
4 - A profecia do surgimento das águas no vale (2 Reis 3.17);
5 - A multiplicação do azeite da botija da viúva (2 Reis 4.4);
6 - A profecia de que a mulher sunamita teria um filho (2 Reis 4.16);
7 - A ressurreição do filho da sunamita (2 Reis 4.34);
8 - O veneno da panela que não surtiu efeito (2 Reis 4.41);
9 - A multiplicação do pão (2 Reis 4.43);
10 - A cura de Naamã (2 Reis 5.14);
11 - A percepção sobrenatural à transgressão de Geazi (2 Reis 5.26);
12 - Geazi amaldiçoado com lepra (2 Reis 5.27);
13 - O machado que flutuou (2 Reis 6.6);
14 - A percepção dos planos estratégicos de guerra da Síria (2 Reis 6.9);
15 - A visão espiritual de cavalos e carros de fogo (2 Reis 6.17);
16 - O exército sírio atingido com cegueira (2 Reis 6.18);
17 - A restauração da visão do exército da Síria (2 Reis 6.20);
18 - A profecia do fim da grande fome, da abundância de viveres (2 Reis 7.1);
19 - A profecia sobre o nobre escarnecedor que iria ver o milagre da abundância, mas não participaria dela (2 Reis 7.1-2);
20 - A fuga dos sírios ao som de pelotões de carros de guerra (2 Reis 7.6);
21 - A profecia da fome de sete anos (2 Reis 8.1);
22 - A profecia sobre a morte de Ben-Hadade (2 Reis 8.10);
23 - A profecia a Hazael anunciando que ele seria um rei cruel contra os israelitas (2 Reis 8.12-13);
24 - A profecia que Jeú seria ferir a casa de Acabe (2 Reis 9.1-2,12);
25 - A profecia que Joás iria ferir os sírios em Afeque (2 Rs 13. 14-17);
26 - A profecia que Joás iria atacar e destruir a Síria por três vezes, mas não de maneira total (2 Reis 13.18-19);
27 - Ressurreição do homem tocado por seus ossos (2 Reis 13.20-21).

Assim como a vida ministerial de seu antecessor, a de Eliseu foi repleta de milagres impressionantes, realizados de muitas formas: pelos elementos água e óleo, farinha, pão, grãos, pela palavra emitida e também através da oração.

Cada milagre ocorrido não visava a glória do homem, não aconteceram com o objetivo de promover um mero show, alimentar a curiosidade humana, mas para a glória de Deus e expressão da graça e amor divino. De forma geral, foram manifestos em momentos de angústias, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da predição de alimentos para Samaria sitiada e faminta. Vários eventos mostram claramente que foram realizados com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. Através de cada milagre, entendemos que o Senhor está pronto para reconstruir o que está destruído, restaurar o que está perdido, na vida daqueles que estão conscientes da prontidão e disposição do Senhor.

Deus não mudou. Ainda nos dias atuais a ação sobrenatural do poder divino acompanha a vida de pessoas que creem (Marcos 16.17-18).

Compilação e adaptações de:
Bible Survey, A Double Portion  of Thy Spirit, David Pyles,  http://www.bcbsr.com/survey/eli.html 
Ensinador Cristão, ano 14, nº 53, 2013, Rio de Janeiro (CPAD);
Lições Bíblicas - Mestre, Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja, 1º trimestre de 2013, José Gonçalves, Rio de Janeiro (CPAD).

E.A.G.







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domingo, 3 de março de 2013

SIMÃO CIRINEU E O CORDEIRO DE DEUS.

Simão guardava a veste branca para receber gotinhas de sangue










" E constrangeram um certo Simão Cirineu, pai de Alexandre e Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz" Marcos 15:21.

Simão Cirineu, o homem sobre o qual foi colocada a cruz de Jesus, quando de sua caminhada pela via dolorosa, era membro da colônia judaica ao norte da Ásia. Um lugar que havia sido estabelecido três séculos antes do nascimento de Cristo por Ptolomeu Lagi, que para lá transportara grande número de judeus da Palestina. Cirene, não era o sobrenome de Simão, mas uma denominação que indicava o lugar de seu nascimento, uma colônia na Líbia, localizada dentro dos limites atuais de Tunis. Um judeu africano era Simão e eles eram influentes e numerosos pelo fato de manterem uma sinagoga em Jerusalém (Atos 6:9).

Era Páscoa e Simão estava na cidade de Jerusalém para participar das cerimônias anuais no templo: a festa dos Tabernáculos, Páscoa e Pentecostes. Nessa ocasião, os homens judeus se vestiam de linho branco para participarem do sacrificio do cordeiro pascal. Se houvesse qualquer mancha que fosse na veste de qualquer homem, eles eram impedidos de entrar no templo e participar da cerimônia. 

Dentro do templo, havia um altar com cerca de 2,80 metros de altura todo feito em pedra inteira, sem corte ou trabalhada, e após o sacerdote sacrificar ali o cordeiro, ele o pegava pelas pernas traseiras e com movimentos no sentido horário, girava sete vezes em torno do altar deixando o sangue cair e escorrer pelo altar. Quando o sangue já havia saído, o sacerdote pegava uma planta chamada hissopo (tipo esponja), passava sobre o sangue e depois sacudia sobre os homens que estavam presentes para que recebessem ao menos uma gota do sangue do cordeiro na veste de linho branco, e quando isso acontecia, a veste passava a ser um troféu para a vida do judeu que viajavam quilômetros para receber uma gotinha que fosse.


Simão era um desses judeus que havia saído do campo, fora dos limites da cidade, para ir ao templo receber as gotas do sangue do cordeiro pascal. Imagino que não andava vestido de linho branco pela cidade para não sujar a veste e ser proibido de entrar no templo, mas deveria guardá-la em alguma bolsa para vestir minutos antes da cerimônia começar. E Simão ia a passos seguros em seu caminho quando é interceptado por soldados romanos que "o constrangem" a levar a cruz de Jesus: "Ei, você ai, ajude-o a carregar a cruz porque ele está muito cansado e precisamos enxugar um pouco o sangue que escorre de sua face e de todo seu corpo". Simão olha bem para Jesus e apesar da face desfigurada pelas agressões, percebe ternura no olhar, mansidão e Simão não cogita dizer não, mas prontamente se inclina, e encostando o corpo em Jesus ensanguentado carrega com Ele a cruz.

Simão Cirineu, cujo objetivo era participar da cerimônia no templo de Jerusalém, para receber uma gotinha de sangue do cordeiro pascal, agora estava ali, juntinho ao Cordeiro de Deus que tirava o pecado do mundo através do sacrifício em favor da humanidade. Seu sangue de precioso de Filho de Deus, derramado no centro da terra (Jerusalém), para curar a humanidade, também escorria sobre a pele negra de Simão, o Cirineu. A Bíblia não diz quantos minutos durou a caminhada de Simão junto a Jesus, mas imagino que Jesus deva ter dito a Simão: "Não temas porque hoje você não recebeu apenas uma gota de sangue do cordeiro, mas recebeu a vida do Cordeiro em si mesmo. Eu Sou o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, crê Simão e serás salvo".



O Cirineu creu, saiu dali correndo, cambaleando, em prantos e foi direito para casa. Chegando em casa, seu troféu já não seria a veste de linho branco, gotejada de sanga, mas a salvação eterna dada pelo Cordeiro de Deus! E Simão reúne a família e fala de como aquele acontecimento do dia estava encravado dentro dele, revirando seu intimo e ele já não seria mais um judeu praticante, mas um cristão, nascido de novo. Toda a família de Simão foi impactada por seu testemunho. Em atos dos apóstolos, vemos o relato de que seus filhos e sua esposa fizeram parte da igreja primitiva: Rufo, Alexandre e a sua mãe:

"Saudai a Rufo, a sua mãe e a minha" Romanos 16:13O. 



Foi assim, no cotidiano de Simão Cirineu, no meio da rua, que Ele teve um encontro com Deus, através de Jesus Cristo. Um homem que não imaginou que poderia ter sua vida transformada por uma cruz, mas ao aceitar carregá-la, renunciando o percurso antes planejado, Ele se torna um novo homem. Podemos olhar para Simão e aprender com seu gesto. Que Deus está perto, no nosso dia a dia, que tem interesse em mudar nossa história, desde que renunciemos a todo um passado de erros e abracemos a cruz com suas dores e promessas. Simão que guardava a veste branca para receber gotinhas de sangue, havia sido lavado, mergulhado no sangue da graça, pela fé no Cordeiro.

Que a vida de cristão é de gozo, mas também de sofrimento. É de servir ao outro e ajudá-lo a viver através do altruísmo e do amor. É de vinho e também de fel, esses elementos estavam na esponja que os soldados romanos embeberam no calvário. Simão Cirineu, em sua própria casa, teve alegria e tristezas com a família. Ao tempo em que Rufo foi fiel nas convicções cristãs e Palavra de Deus, Alexandre foi rebelde e desobediente. Simão Cirineu era um estrangeiro em Jerusalém, chamado entre os passeantes naquele dia e Jesus tem sim um plano para aqueles que se sentem distantes, estrangeiros quanto a fé. Ele nos chama de várias maneiras e pode ser em momento de alegria ou de dor (foi o meu caso), mas tudo se converte em paz interior. A maior lição dada com o episódio de Simão, é o do chamado e do servir através da fé e da confissão em Jesus como Senhor e Salvador. 

Deus nos abençoe.

Fontes: Josefo, Antiguidades (Capitulo I) e Pr. Alexandre Augusto.




http://www.atendanarocha.com





A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO - Mt 12.31,32




Por que a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão, se Deus é misericordioso e pode todas as coisas? Seria uma impossibilidade ou limitação de Deus não poder perdoar esse tipo de pecado? As Pessoas da Trindade não possuem os mesmos atributos? Seriam elas diferentes em algum aspecto ou discordariam de algo? Por que esta exclusividade do Espírito Santo?
Para entendermos melhor a razão desta falta de perdão, é necessário primeiro compreendermos o que vem a ser a blasfêmia contra o Espírito Santo. Muitas pessoas têm dúvida se cometeram ou não esse tipo de pecado, a existência desse pecado imperdoável tem mexido com a mente de quase todos os cristãos em todos os tempos, desde que Jesus o proferiu. Por isso, vamos tentar eliminar de uma vez por todas esta dúvida.
Assim diz o texto das Escrituras que tomaremos como referência: - "Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro" (Mt 12.31,32).
As pessoas normalmente atribuem a vários tipos de pecados tal especificação. Entretanto, torna-se fácil compreendermos do que se trata, se prestarmos atenção ao contexto, às palavras de Jesus, e aos motivos que O levaram a declarar esta exceção. Vamos direto ao ponto: Jesus havia feito muitos milagres, curado doentes, expulsado demônios etc. Havia portanto provas irrefutáveis quanto a Sua divindade, mas os fariseus, sacerdotes da época, não queriam admitir, por mais que soubessem a verdade, e eles a conheciam; tinham certeza que Jesus era o Filho de Deus encarnado, este fato fica evidente quando um deles procura por Jesus (à noite, para não ser visto pelos demais), declarando que ninguém poderia fazer aqueles sinais não tendo vindo de Deus e se Deus não estivesse com ele.
Que levaria um sacerdote a procurar pelo Mestre, à noite, num lugar com pouca luminosidade? - Naquela época ainda não havia o aproveitamento da energia elétrica para esse fim, pois Thomas Edison ainda não havia inventado a lâmpada - Ele O procurou em tais circunstâncias porque não desejava ser reconhecido pelos demais, conhecia a verdade, mas não queria perder as regalias que possuía como “homem de Deus”. Qualquer semelhança com muitos dos dias de hoje é mera coincidência.
Tinham todos os sacerdotes certeza que Jesus era o Filho de Deus? Claro que não. Em todos os tempos e em todos os lugares sempre existiram e sempre existirão pessoas que pela inocência (mas não ausência de culpa), defendem cegamente certas tradições; Deus, porém, conhece todos os corações. O apóstolo Paulo é um exemplo disto (leia Primeira Oração de Paulo), mas não podemos afirmar se era o único. Neste caso, podemos afirmar que a maioria dos fariseus sabia quem era Jesus e com que poder Ele fazia aquelas operações sobrenaturais. É este, portanto, o pecado imperdoável, ou seja, a referida blasfêmia nada mais é que atribuir ao diabo a ação do Espírito Santo, um ultraje contra Deus.
Os fariseus, mesmo sabendo que ninguém poderia fazer o que Jesus fazia (e ainda faz) se não tivesse vindo de Deus, como descrito no capítulo três do evangelho segundo João, ousaram declarar que o Mestre fazia aqueles sinais pelo poder de Belzebu. Seus corações endurecidos, suas vaidades, seus desejos pelo poder, suas invejas, suas ganâncias, enfim, suas carnalidades, os levaram a afastar Aquele que lhes concede a vida.
É o Espírito Santo quem dá vida às pessoas, é Ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Aquele que blasfema contra o Consolador Amado O afasta de si, ou melhor, a pessoa que viesse a praticar tal ato estaria extinguindo-O de sua presença. E desta forma, não poderia de modo algum, arrepender-se. É Deus quem pode todas as coisas. O homem por si mesmo não pode nada, sem Deus ele nem mesmo pode se arrepender de seus pecados.
Portanto, não se aflija! Se você tem essa preocupação, se você fez algo que a grosso modo pareça uma blasfêmia contra o Espírito Santo e você está arrependido, se você se importa com a salvação de sua alma é sinal que você não blasfemou contra o Espírito Santo. Esqueça! Se você se arrependeu, sinta-se perdoado. O sangue de Jesus Cristo tem poder para lhe purificar de todo pecado. Não esqueça que Deus não leva em consideração o tempo da ignorância (At 17.30).
Não dar o devido crédito, isto é, descrer, afastar, negar, renunciar, rejeitar a presença do Espírito de Deus não é uma boa ideia. As pessoas só compreendem o evangelho da salvação, porque o próprio Espírito Santo testifica de Cristo por intermédio de outras pessoas em seus corações. Assim, normalmente, os pecadores entendem, e então, sempre têm duas opções: aceitar ou rejeitar a dádiva da salvação.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê, já está condenado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.16-18).
Rejeitar a graça do Pai por intermédio de Seu Filho não faz sentido, é uma decisão séria e muito penosa. Pois aqueles que continuamente recusam o evangelho de Cristo, de certo modo, é como se também estivessem blasfemando contra o Espírito Santo, uma vez que é Ele quem fala em seus corações e, é Ele mesmo Quem é rejeitado. Assim sendo, sempre repelindo-O, sem crer e sem arrependimento, torna-se impossível o perdão. Não é que Deus não queira ou não possa perdoar, pois Ele sempre faz de tudo e concede muitas chances para que as pessoas se voltem para Ele, mas Ele não interfere em suas decisões.
Que fazer com as pessoas que morrem na incredulidade? As pessoas que continuamente recusam o evangelho e os ensinamentos de Cristo, de certo modo, também estão blasfemando contra o Espírito Santo, uma vez que elas ouvem a voz de Deus falando a seus corações, mas continuam rejeitando-O; elas até sentem algum tipo de emoção, mas resistem. Ao repelir constantemente o chamado de Deus, bloqueando-se intencionalmente para não crer e para não ter compromisso com o Senhor, e sem esboçar qualquer manifestação de arrependimento, não poderá obter o perdão.
Deus quer e pode perdoar e salvar, Ele sempre faz de tudo para que isso aconteça, por isso concede tantas chances quantas forem necessárias para que as pessoas se voltem para Ele, pois as ama tanto que não deseja perder uma sequer, mas Ele não interfere em suas decisões; o Senhor é soberano, mas não é um Deus déspota. Às pessoas que morrem na incredulidade só resta, portanto, a condenação eterna, não há como mudar essa determinação divina. Nós já nascemos condenados, não temos direito algum junto ao Pai, “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.
Encerremos com as palavras de Jesus citada em João 14.1b: “credes em Deus, crede também em mim”.


Que Deus nos abençoe.

por: Osvaldino Monteiro