TEXTO ÁUREO“Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob 1.15).
VERDADE PRÁTICAObadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém escapará.
LEITURA BÌBLICA EM CLASSEObadias 1.1-4,15-18
OBJETIVOSApós esta aula, o aluno deverá
estar apto a:·
Conceituar soberania divina e livre arbítrio.·
Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias.·
Saber o princípio da retribuição divina
PALAVRA
CHAVESoberania: Qualidade ou condição de soberano. Do
lat. “superanus”,
um adjetivo qualificativo derivado de “super”, que significa “sobre”.
“Soberano” é, portanto, aquele que está “sobre” algo ou alguém; Nesta lição,
autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas no céu
e na terra.
INTRODUÇÃOA afirmação de que Deus é
absolutamente soberano na criação, na providência e na salvação é básica à
crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus reinando de seu trono é
repetida muitas vezes (1Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2; conforme Sl
11.4; 45.6; 47.8-9; Hb 12.2; Ap 3.21). Somos constantemente lembrados, em
termos explícitos, que o SENHOR reina como rei, exercendo o seu domínio sobre
grandes e pequenos, igualmente (Êx 15.18; Sl 47; 93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10;
Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). O
domínio de Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o
que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele
exerce o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias
intervenções ou milagres. Obadias é um livro pequeno, mas que apresenta uma
grande verdade: Deus retribui as ações arrogantes do homem no devido tempo. Não
importa quanto tempo se passe desde que ajamos de forma perversa com as pessoas
que nos cercam: nossos atos não ficam impunes diante de Deus. Tenham todos uma
excelente e abençoada aula!
I. A SOBERANIA DE DEUS
1. Conceito. A soberania divina é a garantia de que as promessas
de Deus jamais falham e a análise desta prerrogativa do Senhor é importantíssima
para o fortalecimento de nossa fé. A soberania de Deus
recebe forte ênfase na Escritura. Ele é apresentado como o Criador, e Sua
vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de Sua obra criadora, o
céu, a terra e tudo o que eles contêm Lhe pertencem. Ele está revestido de
autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra.
Ele sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e determina os fins que
elas estão destinadas a cumprir. Ele governa como Rei no sentido mais absoluto
da palavra, e todas as coisas dependem dele e Lhe são subservientes. As provas
bíblicas da soberania de Deus são abundantes, mas aqui nos limitaremos a
referir-nos a algumas das passagens mais significativas: Gn 14.19; Ex 18.11; Dt
10.14, 17; 1 Cr 29.11, 12; 2 Cr 20.6; Ne 9.6; Sl 22.28; 47.2, 3, 7, 8; Sl
50.10-12; 95.3-5; 115.3; 135.5, 6; 145.11-13; Jr 27.5; Lc 1.53; At 17.24-26; Ap
19.6. Dois dos atributos requerem discussão sob este título, a saber, (1) a
vontade soberana de Deus, e (2) o poder soberano de Deus (Louis Berkhof –
Teologia Sistemática – p. 68). O chefe de família diz: “Não me é lícito fazer o
que quiser do que é meu?” e o Deus dos céus e da terra te faz esta mesma
pergunta nesta manhã. “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” Não
existe atributo de Deus que ofereça mais conforto aos seus filhos do que a
doutrina da Soberania Divina. Nas circunstâncias mais adversas, nas mais
severas inquietações, eles creem que a Soberania ordenou as suas aflições,
acreditam que ela as governa e os santificará completamente.[ C.H. Spurgeon]. Questionar a moralidade das ações
divinas é inadequado. As criaturas não têm o direito de objetar ao que seu
Criador faz. Este ensinamento jamais deveria nos levar a pensar que uns são mais
dignos que outros, mas sim, que o Criador controla toda a criação. Não há base
para o ensino que afirma que podemos exigir de Deus, ou de alguma forma
‘pressioná-Lo’ a fazer algo. A criatura não tem o direito de exigir nada do seu
Criador visto que sua existência depende dEle. O domínio de Deus é total: ele
determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode
deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no
curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias intervenções ou
milagres. Para os calvinistas não há livre arbítrio, mas sim, livre agência. “Livre-arbítrio”
tem sido definido, como a capacidade dada ao homem, por ocasião de sua criação,
para escolher entre o bem e o mal, entre agradar a Deus ou desobedecê-Lo. Seria
o “livre poder de eleger o bem ou o mal”. “Livre Agência” ou “Capacidade
de Escolha”: Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições
de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em
qualquer condição faz as suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado
por elas. “Essa capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza
humana normal”. Ele é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas
inclinações. Sobre este aspecto da existência humana a CFW diz o seguinte:
“Deus dotou a vontade do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada
para o bem nem para o mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade
absoluta de sua natureza.”
(Tg 1.14; D. 30.19; Jo 5.40; MT17.12; At 7.51; Tg 4.7).
2. Livre-arbítrio. As criaturas
racionais de Deus, angélicas ou humanas, gozam de livre arbítrio, isto é, têm o
poder de tomar decisões pessoais quanto àquilo que desejam fazer. Não seríamos
seres morais, responsáveis perante Deus, o Juiz, se não fosse assim. Nem seria
possível distinguir – como as Escrituras fazem – entre os maus propósitos dos
agentes humanos e os bons propósitos de Deus, que soberanamente, governa a ação
humana como meio planejado para seus próprios fins (Gn 50.20; At 2.23;
13.26-39). Contudo, o fato da livre ação nos confronta com um mistério. O
controle de Deus sobre os nossos atos livres – atos que praticamos por nossa
própria escolha – é tão completo como o é sobre qualquer outra coisa. Mas não
sabemos como isso pode ser feito. Apesar desse controle, Deus não é e não pode
ser autor do pecado. Deus conferiu responsabilidade aos agentes morais, no que
concerne aos seus pensamentos, palavras e obras, segundo a sua justiça. O Sl 93
ensina que o governo soberano de Deus (a) garante a estabilidade do mundo
contra todas as forças do caos (vs. 1-4); (b) confirma a fidedignidade de todas
as declarações e ensinos de Deus (v. 5) e (c) exige a adoração do seu povo (v.
5). O salmo inteiro expressa alegria, esperança e confiança no Todo-Poderoso. (Bíblia
de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 991). Calvino disse o seguinte
acerca da situação do homem: As Escrituras atestam que o homem é escravo do
pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que
não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa,
iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não
pode produzir senão os frutos do pecado. O homem, após a queda não possui mais
o livre-arbítrio, não pode mais escolher algo que é contrário a sua natureza
pecaminosa. Ele está morto, cego, é escravo do pecado. Esta doutrina defendida
pelos calvinistas, pelos reformados, que por sua vez é negada pelos arminianos,
não se trata apenas de uma posição teológica diferente, e sim de afirmação
bíblica. Nega-la é o mesmo que renunciar a Palavra de Deus neste assunto.
II. O LIVRO DE OBADIAS
1. Contexto histórico. Obadias não tem
uma história pessoal. Sem dúvida o seu nome, (nome teofórico, עבדיה, Ovadyah,
"Servo ou Cultuador de YHWH"), é sugestivo. Esse era um nome
muito comum entre os semitas, especialmente após o cativeiro. Obadias ou Abdias
é um profeta do Antigo Testamento, parte dos "Profetas Menores" (o
quarto, na ordem do cânon hebraico e da Vulgata Latina, e o quinto na
Tradução dos Setenta, a Septuaginta). É o menor livro do Antigo
Testamento, tem apenas 21 versículos. Obadias é um profeta de Deus que usa esta
oportunidade para condenar Edom pelos pecados contra Deus e Israel. Os edomitas
são descendentes de Esaú e os israelitas são descendentes de seu irmão gêmeo,
Jacó. A briga entre os irmãos tem afetado seus descendentes por mais de 1.000
anos. Esta divisão causou os edomitas a proibir que Israel atravessasse as suas
terras durante o êxodo dos israelitas do Egito. Os pecados de orgulho por parte
de Edom exigem agora uma forte palavra de julgamento do Senhor.
2. Estrutura e mensagem. O seu livro,
constituído por apenas 21 versículos, é o menor do Antigo Testamento e trata do
tema da falta de solidariedade do povo de Edom
(descendentes de Esaú - Genesis 36.1) para com Israel, considerado como
seu povo irmão. O livro se divide em duas partes: o "Profecia contra
Edom" e a "Proclamação do Dia de YHWH". Assim, toda a mensagem
de Obadias pode ser resumida em duas frases: 1. A destruição de Edom (versos
1-16). 2. A restauração de Israel (versos 17-21). Sem dúvida o profeta dirige
suas palavras, não tanto como uma admoestação a Edom, mas como uma mensagem de
consolo a Israel. O livro pode ser assim dividido: 1. A ruína de Edom, mesmo
estando abrigada com segurança em meio às serras rochosas (Versos 1-9). 2. Os
motivos, isto é, a sua crueldade com Israel e o seu regozijo pela adversidade
de Judá (Versos 10-14). 3. A retribuição divina a Edom e a restauração de
Israel.
3. Posição no Cânon. No Hebraico ele é o
quarto, seguindo esta ordem: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, etc.
No Grego ele é o quinto: Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, etc.
Isso mostra claramente que os organizadores do Cânon (200 a.C) consideravam
Obadias como primitivo.
III. EDOM, O PROFANO.
1. Origem. Edom (hebreu : אֱדוֹם, Edom,
ʾĔḏôm, "vermelho") é um nome dado a Esaú na Bíblia Hebraica,
bem como à nação descendente dele. O nome da nação latim, Idumæa ou Idumea,
de onde vem o termo português Idumeia. Os edomitas foram um grupo tribal
vizinhos de Judá ao sul, de língua semítica habitantes do Deserto de Negev e do
vale de Arabá do qual é hoje o sul do Mar Morto e vizinho ao Jordão. A região
tem muitos arenitos avermelhados, o que pode ter levado à origem do nome
"Edom". A nação de Edom é conhecida por ter sobrevivido aos séculos
VIII e IX a.C, e a Bíblia o data muitos séculos antes desses. Provas
arqueológicas recentes podem indicar uma nação Edomita tão antiga quanto ao
Século XI a.C. Os edomitas eram nômades ou semi-nômades semitas, que se
estabeleceram no sul do território do rio Zered, na margem sudeste do Mar
Morto. Seu território erguia-se sobre uma longa elevação de mais de cinco mil
pés de altura, onde a altitude lhe garantia a chuva necessária para praticar a
agricultura ao longo da crista do planalto. Gn 36.1, 8, 19 e 43 liga os
edomitas com o caçador Esaú, afirmando: “Assim Esaú estabeleceu-se na montanha
de Seir. Esaú é Edom” (Gn 36.8). Em Am 1.11, Edom é rejeitado porque perseguiu
seu irmão de Israel: “Assim falou Yahweh: pelos três crimes de Edom, pelos
quatro não o revogarei! Porque perseguiu à espada o seu irmão...” Talvez aqui
se encontre uma referência a Gn 25.21-24, onde Esaú e Jacó lutavam dentro de
Rebeca, antes mesmo de nascer. Em Ml 1.2-4 encontra-se também esta referência à
luta entre Esaú e Jacó, sendo Jacó o amado de Yahweh e Esaú o rejeitado: “Não
era por acaso Esaú irmão de Jacó? – oráculo de Yahweh. Contudo, eu amei Jacó e
odiei a Esaú. Eu fiz de suas montanhas um deserto, e de sua herança, pastagens
da estepe. Se Edom disser: ‘Fomos destruídos, mas reconstruiremos as ruínas’,
assim diz Yahweh dos exércitos: ‘Eles construirão e eu demolirei! Chamá-los-ão:
‘Território da impiedade’ E o povo contra quem Yahweh está irado para sempre”
(Ml 1.2-4). Em Dt 2.12-22 e Gn 14.6 e 36,21s encontramos a afirmação de que os
edomitas expulsaram aos horitas de seu território. Ora, este território,
ocupado pelos edomitas, se estendia ao sul do Mar Morto pelos dois lados, desde
،ãrābā até o golfo de el-،aqaba. Historicamente, houve choques entre os
israelitas e os edomitas, já que o grande caminho comercial e as minas de metal
importantes se encontravam em território edomita (cf. Nm 20.17; 21.22). Nos
escritos reais assírios, os edomitas aparecem com o nome de udumu, no tempo de
Adadnirani III (séc. VIII a.C.), porém nos escritos babilônicos não há menção
dos edomitas. No entanto, os textos de Jr 27.3; 49.7-12 e Ez 32.29 dão a
entender que os edomitas foram submetidos por Nabucodonosor.
2. O Deus soberano. “Sabei que o SENHOR
é Deus…” (Sl. 100:3). Não são essas palavras do salmista a expressão da fé de
todo verdadeiro filho de Deus? O cristão crê que o seu Deus de fato é DEUS. Ele
é o Deus absolutamente soberano dos céus e da terra. Ele é aquele que criou o
mundo por seu poder soberano. Ele é aquele que mesmo agora sustenta o mundo e
tudo o que nele há. Ele é aquele que soberanamente governa e dirige todos os
assuntos do mundo, por seu conselho eterno e poder onipotente. Até o homem está
absolutamente sujeito à sua vontade. Ninguém pode frustrar a vontade de Deus,
nem pode alguém questionar os seus caminhos e obras. Ele é aquele que é Deus
também na salvação. Ele salva seu povo soberanamente. Na eternidade escolheu
aqueles a quem salvaria. No tempo ele somente aplica a obra de Cristo ao seu
povo, e os leva à vida eterna na glória. Assim, o filho de Deus declara: “Quem
é Deus tão grande como o nosso Deus? Tu és o Deus que fazes maravilhas…” (Sl
77.13-14). De fato, “o SENHOR é Deus”
3. Preparativos do assédio a Edom (v.1c). Deus convoca as
nações para se levantarem contra Edom em batalha. (V 1). Apesar de sua posição aparentemente
segura, far-se-á que Edom desça. (Vs 2-4). Ladrões ou ceifeiros levariam apenas
o que desejassem e deixariam algo para trás; quando Edom cair, ele será
completamente saqueado; será enganado por aqueles com quem entrou num pacto, e
seus sábios e poderosos sofrerão destruição. (Vs 5-9) A casa de Esaú receberá a
mesma espécie de tratamento que dispensou a Judá; a casa de Esaú deixará de
existir. (Vs 15, 18)
4. O rebaixamento de Edom. O hebraico bíblico
tem um tempo verbal que se chama "perfeito profético", que usa o
tempo passado para descrever coisas futuras quanto ao que Deus prometeu. Assim
Davi diz: "Esta é a casa do Senhor Deus" (1 Cr. 22:1), ainda
quando o templo havia sido prometido por Deus. Tal era sua fé naquela palavra
prometida que Davi usou o tempo presente para descrever coisas futuras. A
Escritura está repleta de exemplos da presciência de Deus. Deus estava tão
certo de que Ele cumpriria suas promessas a Abraão, que lhe disse: "À tua
descendência dei esta terra..." (Gn. 15:18) em uma época em que
Abraão nem sequer tinha semente. Neste mesmo período, antes que a semente
(Isaque/Cristo) nascesse Deus prometeu: "Por pai de muitas nações te
tenho posto" (Gn. 17:5). Verdadeiramente, Deus "chamou aquelas
coisas que não eram como se fossem".
5. O orgulho leva à ruína. O motivo da
profecia foi o tratamento ‘nada fraterno’ que os edomitas dispensaram aos
“filhos de Judá” quando estes sofreram derrota. Os edomitas, através de seu
ancestral, Esaú, eram aparentados aos israelitas. Os edomitas regozijaram-se
com a calamidade de Judá, participaram em tomar despojos dos judeus,
impediram-nos de fugir da terra e até os entregaram ao inimigo. (Ob.12-14) Como
fica evidente numa comparação da profecia de Obadias com as palavras de
Jeremias (25:15-17, 21, 27-29; 49:7-22) e de Ezequiel (25:12-14; 35:1-15), isto
deve ter acontecido por ocasião da destruição de Jerusalém pelos exércitos
babilônios e, por conseguinte, situaria a composição do livro por volta do ano
607 aC.
IV. A
RETRIBUIÇÃO DIVINA
1. O princípio
da retribuição.
Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de
Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Esta lei encontra paralelo na A lei
de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de
talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na
rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação.
Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por
dente. É uma das mais antigas leis existentes.
2. O castigo
de Edom. Embora
irmãos, contudo, sempre inimigos dos judeus, perpetuando assim o ódio de Esaú
contra Jacó em Gênesis 27.39-41. Recusaram passagem a Moisés (Números
20.14-21), e estavam sempre prontos a ajudar os inimigos de Israel. Obadias,
nos vv. 12-14, cita oito atos pecaminosos praticados pelos edomitas contra os
judeus no saque de Jerusalém. Edom age com grande ódio contra Israel,
derramando sangue inocente (Jl. 3:19). O profeta Amós, nos dias do rei Uzias,
acusa-lhe gravemente ao dizer: "Perseguiu à espada a seu irmão, e
violou todo afeto natural; o seu furor conservou para sempre, e perpetuamente
guardou rancor" (1.11). Mais tarde o profeta Jeremias acusa Edom de
arrogância e soberba. O fato de habitar nos lugares altos tinha feito o seu
coração enaltecer como as águias (Jer. 49:16). Quando Israel cai nas mãos de
Nabucodonosor, Edom se alegra. O mesmo Jeremias o adverte no seu livro de
Lamentações (4:21); e não somente isso, pois aproveitou a oportunidade para
tomar vingança das antigas ofensas (Ez. 25:12). A reclamação mais sentida, no
entanto, faz o profeta Obadias. Mas não é somente o profeta que fala: é o
próprio Deus. Edom tem fracassado uma e outra vez em seu afeto fraternal, e
agora Deus lhe cobra a conta. Escárnio, orgulho, roubo, e crueldade exerceu
malignamente Edom contra o seu irmão Israel. “Como tu fizestes, assim se
fará contigo; a sua recompensa tornará sobre a tua cabeça" (v. 15). O
castigo a Edom é a sentença de Deus sobre a falta de amor fraternal, em todo
tempo, também –e sobre tudo– no nosso, mais para cá da cruz. Não só o roubo e a
crueldade, mas também a ira contra o irmão (Mt 5.22) é razão suficiente para
que Deus nos ponha no mesmo triste lugar de Edom.
3. Esaú e
Jacó (v.18). A
Palavra de Deus nos mostra a realidade de gêmeos que lutavam no ventre da mãe.
Vemos de forma maravilhosa o Senhor de forma soberana, declarando a Rebeca mais
uma vez os seus intentos: “Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos
de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho
servirão ao mais moço”.
CONCLUSÃO
As condições de nossa
época exigem em altos brados um reexame e nova apresentação da onipotência, da
suficiência e da soberania de Deus. É necessário que se proclame vigorosamente
que Deus continua vivo, continua observando, continua reinando. A nossa fé está
sendo testada, a cada dia, e o homem precisa aprender que o coração e a mente
não encontram lugar de descanso satisfatório, exceto no firme conhecimento de
que Deus está entronizado. A paz se acha onde Deus é Deus, onde Deus é
Soberano! Com Edom, aprendemos que colhemos o que plantamos e na proporção que
plantamos: “Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e
aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará” (2Co 9.6). Há um
tempo entre a semeadura e a ceifa: “Disse também: O reino de Deus é assim como
se um homem lançasse semente à terra, e dormisse e se levantasse de noite e de
dia, e a semente brotasse e crescesse, sem ele saber como. A terra por si mesma
produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na
espiga. Mas assim que o fruto amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é
chegada a ceifa”(Mc 4:26-29). Sabedores dees lei espiritual, devemos perseverar
em plantar boas sementes bem como, arrancar as sementes ruins antes que
germinem (Ec 11.6; Ec 3.2).
EXERCICIO
1. O que é a soberania divina?
R.
É o direito absoluto de Deus governar totalmente o seu criaturas segundo a
sua vontade.
2. Qual o tema do livro de Obadias?
R.
O julgamento divino contra Edom.
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