domingo, 3 de março de 2013

A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO - Mt 12.31,32




Por que a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão, se Deus é misericordioso e pode todas as coisas? Seria uma impossibilidade ou limitação de Deus não poder perdoar esse tipo de pecado? As Pessoas da Trindade não possuem os mesmos atributos? Seriam elas diferentes em algum aspecto ou discordariam de algo? Por que esta exclusividade do Espírito Santo?
Para entendermos melhor a razão desta falta de perdão, é necessário primeiro compreendermos o que vem a ser a blasfêmia contra o Espírito Santo. Muitas pessoas têm dúvida se cometeram ou não esse tipo de pecado, a existência desse pecado imperdoável tem mexido com a mente de quase todos os cristãos em todos os tempos, desde que Jesus o proferiu. Por isso, vamos tentar eliminar de uma vez por todas esta dúvida.
Assim diz o texto das Escrituras que tomaremos como referência: - "Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro" (Mt 12.31,32).
As pessoas normalmente atribuem a vários tipos de pecados tal especificação. Entretanto, torna-se fácil compreendermos do que se trata, se prestarmos atenção ao contexto, às palavras de Jesus, e aos motivos que O levaram a declarar esta exceção. Vamos direto ao ponto: Jesus havia feito muitos milagres, curado doentes, expulsado demônios etc. Havia portanto provas irrefutáveis quanto a Sua divindade, mas os fariseus, sacerdotes da época, não queriam admitir, por mais que soubessem a verdade, e eles a conheciam; tinham certeza que Jesus era o Filho de Deus encarnado, este fato fica evidente quando um deles procura por Jesus (à noite, para não ser visto pelos demais), declarando que ninguém poderia fazer aqueles sinais não tendo vindo de Deus e se Deus não estivesse com ele.
Que levaria um sacerdote a procurar pelo Mestre, à noite, num lugar com pouca luminosidade? - Naquela época ainda não havia o aproveitamento da energia elétrica para esse fim, pois Thomas Edison ainda não havia inventado a lâmpada - Ele O procurou em tais circunstâncias porque não desejava ser reconhecido pelos demais, conhecia a verdade, mas não queria perder as regalias que possuía como “homem de Deus”. Qualquer semelhança com muitos dos dias de hoje é mera coincidência.
Tinham todos os sacerdotes certeza que Jesus era o Filho de Deus? Claro que não. Em todos os tempos e em todos os lugares sempre existiram e sempre existirão pessoas que pela inocência (mas não ausência de culpa), defendem cegamente certas tradições; Deus, porém, conhece todos os corações. O apóstolo Paulo é um exemplo disto (leia Primeira Oração de Paulo), mas não podemos afirmar se era o único. Neste caso, podemos afirmar que a maioria dos fariseus sabia quem era Jesus e com que poder Ele fazia aquelas operações sobrenaturais. É este, portanto, o pecado imperdoável, ou seja, a referida blasfêmia nada mais é que atribuir ao diabo a ação do Espírito Santo, um ultraje contra Deus.
Os fariseus, mesmo sabendo que ninguém poderia fazer o que Jesus fazia (e ainda faz) se não tivesse vindo de Deus, como descrito no capítulo três do evangelho segundo João, ousaram declarar que o Mestre fazia aqueles sinais pelo poder de Belzebu. Seus corações endurecidos, suas vaidades, seus desejos pelo poder, suas invejas, suas ganâncias, enfim, suas carnalidades, os levaram a afastar Aquele que lhes concede a vida.
É o Espírito Santo quem dá vida às pessoas, é Ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Aquele que blasfema contra o Consolador Amado O afasta de si, ou melhor, a pessoa que viesse a praticar tal ato estaria extinguindo-O de sua presença. E desta forma, não poderia de modo algum, arrepender-se. É Deus quem pode todas as coisas. O homem por si mesmo não pode nada, sem Deus ele nem mesmo pode se arrepender de seus pecados.
Portanto, não se aflija! Se você tem essa preocupação, se você fez algo que a grosso modo pareça uma blasfêmia contra o Espírito Santo e você está arrependido, se você se importa com a salvação de sua alma é sinal que você não blasfemou contra o Espírito Santo. Esqueça! Se você se arrependeu, sinta-se perdoado. O sangue de Jesus Cristo tem poder para lhe purificar de todo pecado. Não esqueça que Deus não leva em consideração o tempo da ignorância (At 17.30).
Não dar o devido crédito, isto é, descrer, afastar, negar, renunciar, rejeitar a presença do Espírito de Deus não é uma boa ideia. As pessoas só compreendem o evangelho da salvação, porque o próprio Espírito Santo testifica de Cristo por intermédio de outras pessoas em seus corações. Assim, normalmente, os pecadores entendem, e então, sempre têm duas opções: aceitar ou rejeitar a dádiva da salvação.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê, já está condenado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.16-18).
Rejeitar a graça do Pai por intermédio de Seu Filho não faz sentido, é uma decisão séria e muito penosa. Pois aqueles que continuamente recusam o evangelho de Cristo, de certo modo, é como se também estivessem blasfemando contra o Espírito Santo, uma vez que é Ele quem fala em seus corações e, é Ele mesmo Quem é rejeitado. Assim sendo, sempre repelindo-O, sem crer e sem arrependimento, torna-se impossível o perdão. Não é que Deus não queira ou não possa perdoar, pois Ele sempre faz de tudo e concede muitas chances para que as pessoas se voltem para Ele, mas Ele não interfere em suas decisões.
Que fazer com as pessoas que morrem na incredulidade? As pessoas que continuamente recusam o evangelho e os ensinamentos de Cristo, de certo modo, também estão blasfemando contra o Espírito Santo, uma vez que elas ouvem a voz de Deus falando a seus corações, mas continuam rejeitando-O; elas até sentem algum tipo de emoção, mas resistem. Ao repelir constantemente o chamado de Deus, bloqueando-se intencionalmente para não crer e para não ter compromisso com o Senhor, e sem esboçar qualquer manifestação de arrependimento, não poderá obter o perdão.
Deus quer e pode perdoar e salvar, Ele sempre faz de tudo para que isso aconteça, por isso concede tantas chances quantas forem necessárias para que as pessoas se voltem para Ele, pois as ama tanto que não deseja perder uma sequer, mas Ele não interfere em suas decisões; o Senhor é soberano, mas não é um Deus déspota. Às pessoas que morrem na incredulidade só resta, portanto, a condenação eterna, não há como mudar essa determinação divina. Nós já nascemos condenados, não temos direito algum junto ao Pai, “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.
Encerremos com as palavras de Jesus citada em João 14.1b: “credes em Deus, crede também em mim”.


Que Deus nos abençoe.

por: Osvaldino Monteiro









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